Leia, comente e participe

Conhecimento em rede é conhecimento compartilhado. Comente as postagens, dê sua opinião nas enquetes da coluna da direita e marque sua presença ao passar por esse blog.

Se quiser receber as novas postagens automaticamente como "notícias", use o recurso "assinar postagens" (no final do último texto dessa página).

sábado, 5 de março de 2011

Se o chuveiro produz calor, a geladeira produz frio?

Das concepções prévias que muitos alunos trazem sobre o tema "calor e temperatura", uma concepção recorrente diz respeito à "produção de frio" ou, equivalentemente, a concepção de que se pode criar calor e criar frio. Afinal, o que faz a nossa velha geladeira? Será que ela realmente produz frio?

"Fique frio", vamos tentar esclarecer um pouco esses pontos.

Calor não significa "quente" e "frio" não é o oposto de calor. Frio é oposto de quente e está relacionado à temperatura de um corpo. Um corpo com temperatura elevada está quente, já outro com baixa temperatura está frio.

De que maneira fazemos com que um corpo frio fique quente? Simples: fornecemos calor para o corpo! Assim, calor é o nome da energia que transferimos a um corpo frio para que ele fique quente (ou mude de estado físico, mas isso já é outra história).

Calor é energia! Ou, mais especificamente, é o nome dado à uma forma de energia em trânsito que flui expontaneamente de corpos com maior temperatura para corpos com menor temperatura. Assim, para que um corpo fique frio ele deve perder energia. Uma forma de se conseguir isso é fazer com que ele transfira calor para outro corpo mais frio.

E a geladeira? Pois é, ela faz exatamente isso: ela retira energia de sua parte interior e a transfere para sua parte exterior na forma de calor. Ou seja, a geladeira não produz frio, ela transfere energia para o ambiente na forma de calor e, exatamente por essa razão, ela fica com seu interior mais frio que o seu exterior!

O que a geladeira produz, na verdade, é calor! Ela aquece o ambiente externo a ela e você pode perceber isso facilmente tocando o dissipador de calor que fica na sua parte traseira (aquela grade com um cano dobrado e colado a ela).

É claro que a geladeira não cede calor espontaneamente para o ambiente, já que este se encontra a uma temperatura maior do que a temperatura do interior da geladeira. E é por isso mesmo que a geladeira precisa de um motor e de um sistema de compressão de gás. Se quiser saber mais sobre como funciona a geladeira, dê uma olhada no artigo "Como funcionam as geladeiras" no site HowStuffWorks.

Então, resumindo:
  • Calor é uma forma de energia em trânsito que flui de forma espontânea de corpos com maior temperatura para corpos com menor temperatura. Mas o calor também pode fluir de forma "forçada" de corpos de menor temperatura para corpos de maior temperatura (caso da geladeira!);
  • Quente e frio são termos opostos relacionados à temperatura. Quando a temperatura de um corpo é "alta", dizemos que ele está quente e, inversamente, se sua temperatura é "baixa" dizemos que ele está frio.
Quando dizemos que "estamos com calor" não estamos na verdade dizendo que "temos calor em nós", pois o calor é uma energia em trânsito e não uma energia que fica contida em nós ou em qualquer outro corpo. Da mesma forma, quando dizemos que estamos com frio também não queremos dizer com isso que temos uma espécie de "anti-calor" em nós.

Opa, e agora? Será que o chuveiro realmente "produz calor"?

4 comentários:

Marjory disse...

Querido amigo,
Que suuuuper demais essa postagem,
Muito interessante e educativo esse assunto. Os alunos adoram essas "curiosidades"... e os professores tb!!
Bom final de semana e beijos estrelados!

IVO ANDRÉ disse...

Valeu muito bom mesmo, grato pela ajuda.

Unknown disse...

Importante ressaltar que não se produz (no sentido de criar) uma energia (térmica, sintética, elétrica, mecânica) mas sim a transformamos ou transferimos.

Prof. JC disse...

Oportuna observação Vanildo. A rigor não "produzimos" nenhuma forma de energia, mas apenas transformamos um tipo de energia em outro. A pergunta feita no último parágrafo do artigo tem justamente o objetivo de provocar essa reflexão.

Grato pela contribuição.