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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Associando resistores: simulador java

Estudar as associações de resistores pode parecer chato, mas não é. Principalmente se você puder montar associações facilmente e verificar como elas funcionam.
Fizemos isso em sala de aula usando um applet java criado por Walter Fendt:


Com esse applet é possível criar diversas associações em série, em paralelo e mistas (como a mostrada na figura acima) e obter as leituras de corrente, tensão e resistência de cada resistor ou de uma associação (qualquer parte do circuito), bem como a reistência equivalente da associação (ou de cada parte dela). Para obter as leituras de um trecho do circutio (ou de uma associação, ou de um componente), basta selecionar com o mouse o trecho escolhido.

Usei o applet em aula para criar problemas que eram resolvidos simultâneamente pelos alunos e por mim, em lousa, e o resultado foi bastante bom.
Quem quiser acessar (e baixar, se preferir) esse applet e outros do mesmo autor, pode usar os links abaixo:
Infelizmente esse applet ainda não foi traduzido para o português, mas como sua utilização é bastante intuitiva, isso não deverá ser um problema.


Fica ai mais essa dica.

domingo, 1 de agosto de 2010

Caprichando no segundo semestre

Se você é um daqueles alunos que encontrou alguma dificuldade com a disciplina de física no primeiro semestre desse ano, não se preocupe, "seus problemas se acabaram-se"! Segue abaixo "totalmente de grátis" 10 dicas sobre como se recuperar no segundo semestre e tirar aquelas notas incríveis e completamente azuis! E mais: você ainda ganhará "totalmente de brinde" algumas dicas para superar aquelas pequenas dificuldades matemáticas!
  1. Faça todas as tarefas: você já deve ter percebido que aquela tarefa que você copiou e não fez acabou lhe fazendo falta na hora da prova, certo? Então deixa de moleza e começe a fazer as suas tarefas;
  2. Estude pelo livro didático: sim, aquele livro foi feito para você estudar os temas que aparecem escritos lá! Incrível, não? O livro didático lhe permite revisar os conteúdos da aula e ainda trás alguns conteúdos "novinhos" que você poderá discutir com o professor;
  3. Problemas com a matemática?: se aquelas "fórmulas esquisitas" lhe parecem realmente esquisitas, não se desespere. Primeiro leia a teoria do livro, veja o significado de cada letra que aparece nas fórmulas e acompanhe a resolução dos exercícios de exemplo que o próprio livro fornece. Compare com o que estudou em classe e tente resolver os problemas. Evite usar calculadoras (elas são práticas para quem tem que fazer muitas contas, mas são péssimas para quem não sabe fazer contas);
  4. Recorra ao professor sempre: sim, nós professores recebemos dinheiro todo mês para que dediquemos um tempo especial para tirar suas dúvidas e ajudá-lo a compreender os conceitos e a fazer suas tarefas! Recorra ao professor sempre que não tiver compreendido completamente qualquer assunto;
  5. Use o seu caderno para estudar: ele não serve apenas para fazer desenhos, tirar folhas para fazer aviozinhos ou bolinhas de papel. Faça resumos, esquemas, anote dúvidas, resolva exercícios do livro ou que o professor passou em classe;
  6. Use a internet para estudar: complemente seu estudo pesquisando na internet os assuntos estudados em classe. Se não souber como fazer isso, pergunte ao professor!
  7. Reuna a turma para estudar: procure formar um grupo de estudo. Várias cabeças pensam melhor do que uma só. Mas lembre-se de que a reunião é para estudar e não para jogar conversa fora apenas, ok?
  8. Dedique um tempo semanal para estudar: pelo menos duas horas para estudar os assuntos de física da semana já são suficientes. Não deixe de estudar em nenhuma semana e, preferencialmente, estude os assuntos da aula no próprio dia em que teve aula. Não acredite que uma "estudadinha de véspera de prova" vá resolver... Não resolve;
  9. Não falte às aulas: se já não é fácil compreender bem a matéria quando você está lá, na sala de aula, imagine então como será se tiver que estudar sozinho. Evite faltar às aulas e, se precisar faltar, consulte seus colegas de classe e coloque todos os assuntos estudados em dia;
  10. Dedique sua atenção às aulas: se você está tendo dificuldades para compreender os assuntos estudados, preste muita atenção nas explicações do professor, faça perguntas, peça ajuda aos colegas na hora de resolver os exercícios e recorra ao professor sempre que não conseguir fazer sua tarefa.
Com essas dicas e um pouquinho de "atitude" você poderá ter um segundo semestre azulzinho e até mesmo divertido. Não deixe para tentar salvar seu pescoço apenas no último bimestre. Começe já a fazer corretamente aquilo que não tem feito. Tenha fé em si mesmo e coragem para encarar o sucesso!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Buraco negro "feito em casa"

Bom, não é bem "em casa", mas quase. Cientistas chineses criaram um dispositivo capaz de capturar ondas eletromagnéticas na frequência de microondas e convertê-las em calor com uma taxa de conversão de 99%. Nada impede agora que outras frequências de ondas eletromagnéticas, como as frequências da luz visível, também, possam ser capturadas dessa forma. Veja a reportagem completa no site Inovação Tecnológica.

Os chineses usaram um sanduíche de materiais com diferentes propriedades relativas à absorção de luz. Esses materiais são chamados de metamateriais e são também usados em pesquisas que buscam a invisibilidade. Pelo menos para a frequência das microondas já podemos dizer que essa invisibilidade foi alcançada.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Preguiça é coisa natural!

A mecânica é um dos mais antigos campos de estudo da física. Entender os movimentos e, entendendo-os, poder prever o futuro (dos movimentos, pelo menos) sempre foi um dos grandes desejos da humanidade. Já houve quem dissesse que tudo é movimento (Heráclito de Éfeso) e, se for ver, é mesmo!

No estudo da mecânica, um dos princípios mais básicos é o que Sir Isaac Newton formulou, em sua forma final (porque foram muitos os que contribuíram para que Newton chegasse à sua conclusão final), e é conhecido atualmente como o Princípio da Inércia ou, como alguns erroneamente dizem (*1), como a Primeira Lei de Newton. Há várias maneiras de se enuciar esse princípio, mas a que eu prefiro é essa: "Preguiça é coisa natural!".

(*1) O Princípio da Inércia é chamado por alguns autores de Primeira Lei de Newton. Porém, há aí, a meu ver, três problemas:
1 - a primeira lei de Newton não é a primeira, pois newton não enumerou suas "leis". O Princípio da Inércia aparece na definição número 3 do livro I do Philosophiae Naturalis Principia Mathematica
2 - o princípio da inércia não é verdadeiramente uma lei, no sentido matemático, e sim um princípio empírico (que verificamos empiricamente ser verdadeiro) que parece fazer sentido em conjunto com os demais princípios que Newton enunciou.
3 - não foi Newton quem teve o "insight" de formular o princípio da inércia sozinho, antes dele Galileu e Descartes, entre outros, já haviam também trabalhado na idéia. Coube a Newton, como ele mesmo afirmou, ver mais longe que os gigantes sobre cujos ombros ele se apoiou.

Segundo o princípio da Inércia, todos os corpos que possuem massa tendem naturalmente a manterem seu estado de movimento instantâneo, ou seja, sua velocidade vetorial (*2).

(*2) velocidade vetorial: rapidez + direção e sentido do movimento.

Assim, se um corpo qualquer se encontra parado em um referencial inercial (*3), então ele tende naturalmente a continuar parado naquele referencial. Se, por outro lado, o corpo se encontra em movimento naquele referencial, então ele tende a manter a mesma rapidez, a mesma direção e o mesmo sentido de movimento.

(*3) Referenciais inerciais são aqueles em que os observadores não estão acelerados (em relação às estrelas fixas). Na prática esses referenciais são uma "aproximação", uma "idealização", visto que não parece existir nenhuma "estrela fixa no céu", que o próprio céu não é estático e, finalmente, que Albert Einstein também já mostrou que "referenciais acelerados podem ser vistos como referenciais inerciais sob certas circunstâncias" (Princípio da Equivalência).

Outra forma de enunciar esse princípio consiste em dizer que um corpo tende a manter seu estado de movimento se a resultante das forças que atuam nele for nula. Essa forma é mais "honesta", porque realmente não há nenhum corpo no universo que não esteja sujeito à forças.

É claro que corpos que estejam descrevendo curvas não estão obedecendo a esse princípio, pois mudam constantemente de direção. Porém, esses corpos não descrevem curvas expontaneamente, mas sim porque são obrigados a fazê-lo devido a ação de forças. Se deixarem de ser obrigados a fazerem a curva, eles "sairão pela tangente, por inércia", ou seja, tenderão naturalmente a se moverem em linha reta com a velocidade que possuírem no instante em que não forem mais obrigados a fazer a curva pela ação das forças  neles aplicadas externamente. É por essa razão que carros derrapam em curvas quando perdem o atrito com o chão que os obrigava a fazer a curva.

O Princípio da Inércia é um dos grandes inimigos mortais dos super-heróis, dos personagens de desenho animado e dos magos e deuses em geral, pois ele contraria a hipótese de que se possa "anular um movimento" ou "criar um movimento" apenas "pela vontade" do próprio corpo ou de um agente externo, sem que haja uma interação física entre o corpo e um outro corpo, externo a ele, que possa lhe aplicar forças que o obriguem a mudar seu estado de movimento.


Por exemplo, se você tivesse um "poder mental" capaz de mover um automóvel inicialmente em repouso apenas com a força do seu desejo (ou do seu pensamento), provavelmente você sofreria danos cerebrais irreversíveis, pois seu cérebro teria que sofrer uma força idêntica em em sentido oposto - mas isso já é outra história e fica para outra oportunidade. :)

É por desconhecimento desse princípio, ou porque não damos muita importância a ele, que em acidentes automobilísticos muitas pessoas sofrem lesões que poderiam ser evitadas, caso estivessem usando o cinto de segurança.

Vivenciamos o princípio da inércia em milhares de situações cotidianas. Você seria capaz de listar pelo menos mais três situações dessas (que você mesmo já vivenciou)?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Aparelho brasileiro analisa composição química de galáxias

Aparelho projetado e feito no Brasil para identificar composição química e movimento de galáxias, o filtro imageador ajustável brasileiro (BTFI), segue em junho para o telescópio do Observatório Austral de Pesquisa Astrofísica (Soar) nos Andes chileno.

O BTFI é o terceiro dos quatro equipamentos astronômicos que o Brasil se comprometeu a fabricar para o Soar, observatório que abriga um telescópio com espelho de 4,1 metros de diâmetro, instalado a 2.700 metros de altitude nos Andes chilenos. Dois outros aparelhos planejados e desenvolvidos com a participação de brasileiros já foram conectados ao telescópio no último ano: a câmera Spartan, especializada em captar imagens no infravermelho, forma de radiação eletromagnética capaz de atravessar as gigantescas nuvens de poeira que ocultam galáxias e berçários de estrelas; e o espectrógrafo Sifs, capaz de analisar a um só tempo a composição química de 1.300 pontos distintos de uma galáxia. O quarto e último equipamento dessa geração de aparelhos, prevista para estar completa em 2011, é o espectrógrafo Steles, atualmente em produção no LNA, em Minas Gerais.

Veja a notícia completa na revista Pesquisa FAPESP Online.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Vulcões, tempestades de areia e indução eletrostática

O físico alemão Hans Herrmann, da Escola Politécnica de Zurique (ETH), Alemanha, e professor visitante da Universidade Federal do Cea­rá (UFC), publicou um interessante estudo no último 11/05/2010 na Nature Physics que explica por que ocorrem descargas elétricas em nuvens de areia ou de cinzas vulcânicas.

A inspiração do físico nasceu observando as faíscas elétricas em tempestades de areia nas dunas de Jericoacoara, no norte do Ceará. Bom, o lugar realmente é inspirador. :)

O que o físico mostrou foi que essas tempestades elétricas em "nuvens secas" (nuves de poeira) acontecem devido à combinação da eletrização por atrito e por indução eletrostática quando partículas do mesmo material colidem constantemente na presença de um campo elétrico externo. A explicação é "óbvia", mas ninguém tinha se preocupado em pensar nela antes, daí o mérito devido ao sujeito.

Veja a reportagem na revista Pesquisa Fapesp Online.

Para recordar brevemente os processos de eletrização, veja a apresentação abaixo:

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Muito rápido!

Para quem acha que um piscar de olhos é coisa rápida, veja só o que os pesquisadores alemães Günter Steinmeyer e seus colegas do Instituto Max Born conseguiram fazer: eles conseguiram medir um tempo da ordem de 0,000000000000000001 segundo!

Alguém pode se perguntar: "e eu com isso?". Pois é, daqui há alguns anos isso pode significar uma nova revolução nas telecomunicações, por exemplo.

Veja a matéria completa  no site Inovação Tecnológica.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Menor robô do mundo transporta átomo ao longo de DNA

Olha só essa: um robô do tamanho de uma molécula capaz de transportar átomos de um lugar para outro. Ele tem pernas de "enzimas" e caminha em uma pista de DNA. Incrível, não?

Veja a notícia completa no site da Folha Online.

Eletricidade do aperto

Pesquisadores desenvolvem material que gera energia elétrica quando pressionado. Uma das possibilidades de uso consiste em gerar eletricidade a partir do tráfego de automóveis por vias públicas.

Veja a matéria completa na revista Pesquisa Fapesp On-line.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Atravessando a rua

Há muitas coisas que "fazemos sem pensar". Uma delas é atravessar a rua. Na verdade não é que nós não pensamos, acontece que nossa mente consegue processar todas as informações necessárias "em paralelo", enquanto atravessamos a rua pensando em outra coisa e assoviando.

Atravessar uma simples rua não é algo muito fácil. Você tem que olhar para os dois lados e verificar se não está vindo nenhum carro, e se algum carro estiver vindo em sua direção, você precisará estimar a velocidade desse carro, a distância entre ele e você e o tempo que vai demorar para ele percorrer essa distância, com essa velocidade, até chegar onde você está; além disso, você também terá que fazer uma estimativa da largura da rua e do tempo você vai gastar para atravessá-la, considerando para isso a velocidade dos seus próprios passos. E, por fim, se você errar... Plóft! Catchup virou, catchup virou... (como diz uma certa musiquinha infantil).

Mas o que será que nosso cérebro "calcula" nessas horas? Embora ele processe todas as informações de forma paralela e quase instantânea, é possível "simularmos" esse pensamento oculto. Vamos fazer isso considerando um caso bem simples em que estamos parados na borda da calçada tentando atravessar uma rua de largura L e vemos um automóvel vindo pela rua, a uma certa distância "d", e com velocidade "Va". Será que vai dar tempo de atravessar a rua, considerando que você ande com velocidade Vp constante?

Vejamos: se você tem velocidade Vp, então o tempo Tp que você demora para atravessar a rua pode ser calculado como se segue:

 




Se você preferir ver isso com números, suponha então que a rua tenha uma largura L = 10 m e que você caminhe com velocidade de 1 m/s, então:






Nada mal! Você atravessará a rua em 10 segundos! Será que vai dar tempo? Bom, isso depende da velocidade e da distância do carro. Quanto mais rápido o carro estiver se movendo, menor será o tempo que ele levará para percorrer a distância d e chegar até onde você está atravessando. O tempo que o carro levará para chegar até você pode ser obtido de forma semelhante à maneira como calculamos o nosso próprio tempo de cruzamento da rua:






Mais uma vez, se você preferir usar números para ter uma idéia mais realista da situação, considere que um automóvel em uma rua comum (não em uma avenida, por exemplo) trafega geralmente com uma velocidade em torno de 36 km/h, o que dá 10 m/s. Vamos supor também que você o viu quando ele estava a 60 m de você. Então, nesse caso, o automóvel vai demorar um tempo de:






Oh não! Isso é péssimo! O automóvel chega até você em 6 s, mas você precisa de 10 s para atravessar a rua! Catchup virou, catchup virou...

Porém, o fim não seria tão trágico se o automóvel estivesse inicialmente mais distante de você, não é mesmo? Será possível obter a menor distância de segurança que o automóvel deve estar de você a fim dar um tempo suficiente para você atravessar a rua? Oh yes! É moleza. É só pensar um pouco...

Para você conseguir atravessar a rua sem risco de ser atropelado por esse automóvel ele precisa demorar, no mínimo, o mesmo tempo que você mesmo demora para atravessar a rua, certo? Dessa forma, quando o automóvel chegar até você, você já estará do outro lado da rua! Então veja como não é tão complicado:






Substituindo TA e VA na última expressão, e fazendo então as contas, temos:





Você só atravessá em segurança se esse automóvel estiver, no mínimo, a 100 m de distância quando você iniciar sua travessia.

Evidentemente há outras possibilidades... Quais são mesmo? 

(  ) aumentar sua própria velocidade?
(  ) diminuir a velocidade do carro?
(  ) encurtar a largura da rua?
(  ) pintar o carro de amarelo? :)

Se você assinalou alguma das três últimas sugestões, dançou né? Mas se assinalou a primeira você acertou em cheio! Então, que tal refazer o problema considerando agora a pergunta: qual a menor velocidade que eu devo ter para atravessar a rua de 10 m de largura sem ser atropelado pelo carro que está a 60 m, vindo na minha direção com velocidade de 10 m/s?

Ta aí uma boa questão para a prova, não? (A resposta é 6 km/h. Será que você consegue obtê-la?).

Boa sorte e espero que consiga!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Dica da semana

Enquanto vamos curtindo uma greve e não temos aulas presenciais, que tal dar algum alimento aos seus neurônios e visitar um blog muito bom e que aborda o ensino de física de uma perspectiva de assuntos do cotidiano?

O blog do meu amigo Prof. Dulcídio, "Fìsica na Veia!" (não é na velha não, é na veia mesmo, he he) está concorrendo a um prêmio internacional como um dos melhores blogs do Brasil. E olha que é um blog de física!

O Prof. Dulcídio é meu parceiro de autoria de material didático em várias coleções que escrevemos juntos para a Editora Companhia da Escola e tem um estilo de escrita muito gostoso e claro. Eu recomendo a visita ao blog e, se gostar tanto quanto acho que vai gostar, aproveite e vote no blog dele.

Para votar é só clicar aqui, rolar a página até encontrar a categoria Melhor Weblog em Português e seguir 5 passos rápidos:

1. Escolher o blog clicando no título na lista nomeados e selecionando "votar neste blog"
2. Preencher nome/e-mail no rodapé da página
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5. E clicar no botão enviar.

sábado, 6 de março de 2010

Física: o que é isso mesmo?

Nesses inícios de curso para o Ensino Médio, especialmente para as turmas dos primeiros anos, é importante traçar uma panorâmica sobre o que é a física, de onde ela surgiu, como tem se desenvolvido, para que serve e o que podemos esperar dela para o futuro. Afinal, não faz muito sentido aprender física se não tivermos uma vaga noção do que aprenderemos.

Resumindo demais (senão não cabe em um post de blog), podemos dizer que a física, como é entendida hoje, é relativamente recente e começou a se parecer com uma ciência na época da Renasçença, com Galileu, Newton e outros. Até então a física era tida como Filosofia Natural e tinha mais a aparencia de um conhecimento filosófico do que de um conhecimento "científico" (como entendemos esse termo hoje em dia).

A diferença entre a Filosofia Natural e a Física que daí nasceu está basicamente fundamentada no método de pensar e agir da filosofia e da ciência. A Filosofia Natural consistia em um conjunto de conhecimentos sobre a natureza que fosse coerente com a forma filosófica de pensar e não dava importância excessiva à experimentação e à matemática.

Foi com Galileu e Newton que a matemática e a realização de experimentos de forma sistemática se incorporou aos conhecimentos da natureza que se tinha até então e os que foram descobertos nessa época, dando então origem ao que chamamos hoje de Fìsica e a uma nova maneira de enfrentar o estudo da natureza.

Hoje a física pode ser entendida como um conjunto coerente de leis e princípios que explicam o funcionamento dos fenômenos naturais e se fundamentam fortemente no uso da matemática como linguagem de expressão e na experimentação como forma de inspeção e verificação dessas leis e princípios.

Aquilo que não pode ser verificado experimentalmente deve, pelo menos, fazer sentido matematicamente e ser coerente com as leis e princípios que já temos estabelecidos. Quando algo absolutamente novo surge (é descoberto), o caminho percorrido pelos cientistas para tentar compreender essa nova descoberta consiste em formular hipóteses com bases em leis e princípios ja existentes e, se isso não permite compreender a descoberta ou se os experimentos apontam comportamentos "estranhos", então verifica-se novamente se essas leis e princípios já estabelecidos são realmente verdadeiros e válidos sempre.

Esses ir e vir, meio que tateando no escuro em busca de explicações, é o que às vezes chamamos de Método Científico, e que nada mais é do que a maneira com que os cientistas trabalham quando buscam explicações para fenômenos ainda não compreendidos.

Diferentemente da fílosofia, onde o pensamento é a única ferramenta de análise da realidade, a ciência como a praticamos hoje utiliza-se da matemática e da experimentação além, é claro, de um enorme esforço de pensamento.

A figura abaixo é uma mapa conceitual que tenta resumir algumas idéias sobre o que é e do se preocupa a física: (clique na imagem para ampliá-la)


Como uma ciência cuja preocupação é compreender como a natureza funciona, é claro que a física está ligada à várias outrras ciências. Da mesma forma, suas descobertas têm impactos profundos em todos os aspectos de nossas vidas. Assim, a física não é uma ciência "à parte" ou desvinculada do mundo e das coisas do cotidiano, mas muito pelo contrário! A física está presente em praticamente tudo que fazemos, usamos e, inclusive, na nossa forma de pensar.

Aprender física é compreender melhor o seu mundo e a si mesmo. Por isso, uma consequência natural quando se aprende um pouco mais sobre física é justamente a mudança da forma de pensar o mundo. Pessoas que aprendem física compreendem melhor o mundo à sua volta, são capazes de tomar decisões mais sábias e, no limite, se tornam cidadãos mais produtivos e conscientes de seus papéis e limitações.

Não é preciso aprender física com o mesmo nível de refinamento e detalhes com que os físicos aprendem física, mas é necessário que se conheça melhor s seu próprio mundo já que não existe outro mundo onde você possa morar, correto?

A figura abaixo é outro mapa conceitual que mostra um pouco da relação entre a física e outros campos do saber. Note também que a física influencia diretamente a economia, a cultura, a política e todas as relações humanas, pois não há nada mais humano do que a própria física! (clique na imagem para ampliá-la)


No seu livro didático você encontrará mais textos falando sobre a física, o seu método de trabalho e suas relações com as coisas do nosso cotidiano. Leia-o e explore mais o assunto com o professor. À propósito, professores de física adoram falar sobre física. ;)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Fessor, porque eu preciso aprender física? Para que isso vai servir na minha vida?

De vez em quando (confesso que mais recentemente nem isso os alunos perguntam mais) algum aluno vem com essa famosa pergunta: "Fessor, porque eu preciso aprender física?", ou com alguma similar, do tipo: "Para que isso vai servir na minha vida?".

Antes de mais nada é preciso deixar bem claro que essas perguntas são válidas e importantes, mesmo quando desconfiamos que o aluno só quer pirraçar. Primeiro porque querer saber para que serve cada coisa é um modismo com o qual temos que conviver na escola e, segundo, porque realmente os alunos precisam e merecem saber para que serve a física e porque eles devem aprendê-la.

Então, à la Jack (o estripador), vamos por partes...

Primeiro é preciso entender que ninguém precisa ir à escola para aprender física. Basta nossa mera existência adaptada a esse lindo e moribundo planetinha azul para que aprendamos física até mesmo antes de nascer. Aprendemos física o tempo todo e usamos essa física que aprendemos no dia a dia para andar, falar, beijar, dirigir, brincar, dormir e até mesmo quando não estamos fazendo nada disso. E aí de nós se não aprendermos física!

Já imaginou que chato seria queimar a mão na cozinha pegando a panela quente e de metal pela borda e não pelo cabo? Ou tentar ler um livro no escuro por não saber que sem a luz não enxergamos? Ou sermos atropelados toda vez que tentamos atravessar a rua por não sabermos calcular tempos, distâncias e velocidades? Pois é, tudo isso é física, tudo isso nós aprendemos no nosso cotidiano e tudo isso é importante para nós.

Ah bom, você não sabia que isso também era física? Ô, disculpa aí, foi mal heim? Pois é, tem muitas outras coisas que você ainda não sabe, mas que vai aprender no seu curso de física, lá na escola. Coisas tão simples e curiosas, como porque nos inclinamos para fazer curvas quando andamos de bicicleta, quanto coisas tão complexas e divertidas como descobrir que só enxergamos três cores (e bem mal), embora tenhamos a impressão de que enxergamos milhares delas. Ih! Além de tudo nosso cérebro ainda sai para o olho para podermos exergar... Você sabia disso? Não? Ha ha, venha para a aula então!

Mas se aprendemos física o tempo todo, porque precisamos ir para a escola, aquele lugar chato, para termos aula com um professor de física que geralmente é chato ao quadrado? Hum... Perguntinha difícil, heim?

Acontece que nem tudo o que aprendemos sobre física no nosso dia a dia está correto ou é suficiente para que possamos nos divertir muito durante nossa vida. Por exemplo:

1 - Se você está cozinhando batatas e a água começou a ferver, o que você deve fazer para que as batatas cozinhem mais rápido?
a) dar três pulinhos para a batata ficar feliz
b) aumentar o fogo do fogão
c) baixar o fogo e se conformar que suas batatas não vão cozinhar mais rápido
d) aumentar a quantidade de água na panela
e) diminuir a quantidade de água na panela

Ah, mais assim não vale, eu nunca cozinhei batatas e nem qualquer outra coisa na minha vida (minha mãe faz tudo para mim, he he). Hum, adolescentes... Então vamos tentar outro exemplo:

2 - Você recebeu um superconvite para uma superfesta cheia de gatinhos e gatinhas e precisa estar bonita(o) para impressionar a galera. Seu condicionador de cabelos acabou (culpa da mãe, que esqueceu de comprar), você tem cabelos finos, lisos e longos e não dá para fazer chapinha hoje (essa chuva...). Para que seus cabelos fiquem penteados e bem assentados você deve secá-los e:
a) penteá-los rapidamente usando um pente de madeira
b) penteá-los rapidamente usando um pente de plástico
c) pentá-los demoradamente usando qualquer tipo de pente
d) não penteá-los, é claro
e) dar três pulinhos para que os cabelos fiquem felizes e bem assentados

Ô fessor, eu sou careca e não cozinho batatas!
Ok, ok, você venceu... ou quase, afinal...

3 - Se no meio da sua careca nascesse um único fio de cabelo, bem no seu cocuruto, para qual lado ele penderia?
a) depende da latitude onde você está
b) não seria um problema se você estivesse na Lua
c) para frente ou para trás
d) para a esquerda ou para a direita
e) não penderia para lado nenhum

Pois é, para qualquer bobagem (ou não) que se diga, é sempre possível arrumar alguma boa questão que envolva a física e coisas do dia a dia (ou não), reais (ou fictícias), importantes (ou apenas divertidas) e que uma hora ou outra vão acabar lhe chamando a atenção.

Conhecer um pouco de física serve para muitas coisas mas, principalmente, para nos divertimos, para vivermos melhor (com mais conforto e segurança) e, quem sabe, para compreendermos um dia porque as coisas são como são e não de outra forma.

À propósito, se precisar mesmo do gabarito das três questões acima, deixe um comentário no blog solicitando o gabarito da questão desejada (ou deixe um comentário no blog e mande o pedido por e-mail). Ei, não se esqueça de deixar o seu endereço de e-mail, senão não tem como eu lhe enviar a resposta, ok?