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segunda-feira, 7 de abril de 2008

Terceiro ano - situação de aprendizagem 3

Se você não for professor, pode pular esse texto.

Alguém aí tem 3 lâmpadas de 3 V, 2 pilhas de 1,5 V, fios tipo "cabinho" (sic), 2 jacarés (opcional) (?) e 3 soquetes de lâmpadas pequenas?

Não tem? Como não? Tem que ter! E tem que ter isso vezes 6, no mínimo, para poder fazer essa atividade com a classe toda. Moleza né?

Eu não tenho esses troços, mas tenho um material bem melhor que juntei ao longo dos três últimos anos como parte de um projeto para o reaparelhamento do Laboratório de Física da minha escola. Por isso vou fazer a atividade proposta no maior sossego. Não exatamente como está proposta, porque já tenho outras que faço com roteiros prontos e adaptados ao meu material, e porque nem posso reproduzir esse material do Caderno do Professor (lembre-se de que a Secretaria da Educação nos proibiu de reproduzir esse material na Internet).

Então aqui vai uma sugestão caso você seja um professor de física sem laboratório e sua escola não tenha recursos para que você adquira esses componentes:
1 - ao invés de lâmpada use leds, são muito mais baratos, interessantes e, acredite, também acendem!
2 - peça para os alunos trazerem as pilhas (caso não queira gastar parte do seu poderoso bônus comprando 12 pilhas de 1,5 V).
3 - cuidado para não queimar os leds. Claro, é melhor aprender um pouco sobre leds antes de fazer a atividade.

Também é bom se lembrar de que toda atividade experimental deve antes ser feita pelo professor para "evitar surpresas de última hora" e que para cada hora de aula experimental são necessárias no mínimo quatro horas de elaboração da atividade, do roteiro e da aula propriamente dita. :)

Segundo ano - situação de aprendizagem 4

Infelizmente a Secretaria de Educação me proibiu de escanear e publicar na Internet o roteiro da atividade 4: Construindo um termômetro. Até que é uma boa proposta para se deixar como tarefa de casa para grupos de três alunos (mas impraticável para ser feita em UMA aula).

Em substituição, pretendo levar os alunos para o laboratório para estudar o aquecimento/resfriamento de um corpo usando um termômetro de verdade. Vou disponibilizar o roteiro da atividade no meu site ao longo dessa semana e pretendo fazer a atividade na semana que vem.

Além da manipulação do termômetro e da coleta de dados os alunos também construirão uma curva de aquecimento para o experimento e, enfim, aprenderão uma porção de coisas (veja a atividade quando estiver disponível no site - lembrando sempre que todo o material que utilizo, exceto esse Caderno do Professor que não posso dsitribuir, fica disponível na Biblioteca Online na pasta dos Alunos e sa subpasta de materiais didáticos específicos).

Segundo ano - situação de aprendizagem 3

Se você não é professor, pode pular esse texto.

Acredito que o objetivo dessa atividade seja apenas o de criar uma "aula vazia", visto que essa atividade (levantamento de 20 diferentes temperaturas de diferentes elementos) serve apenas de pretexto para se dizer que há diferentes instrumentos de medida de temperatura e, sinceramente, não creio que os alunos farão essa pesquisa e nem que teremos condições de avaliar se a pesquisa traz dados corretos ou não.

Talvez fosse mais interessante pedir uma pesquisa sobre diferentes instrumentos de medida de temperatura e algumas aplicações e usos desses instrumentos. De qualquer forma, visite antes a página da Wikipédia sobre esse assunto. Lá há um item que fala sobre a medição da temperatura e fornece links para alguns aparelhos de medida.

Primeiro ano - situação de aprendizagem 3

Se você não for professor de Física não precisa ler isso, passe adiante.

A situação de aprendizagem 3 (na aula 3) do primeiro ano é algo que eu preferiria usar um palavrão para descrever, mas como estou calmo não usarei.

Sugere-se que levemos a classe toda para fora da escola, na rua, para fazermos medições de velocidade usando uma fita métrica ou uma trena para medir a distância de um quarteirão a outro e tabelarmos depois esses resultados. A partir daí deve-se calcular as velocidades médias de cada veículo em dois sistemas de unidades (já falamos sobre isso com eles?) e então os alunos devem elaborar um relatório minuncioso sobre o que fizeram. E TUDO ISSO EM UMA AULA APENAS!!! Como dizem meus alunos: só por Deus! Ninguém merece!

Alguém aí deveria saber que não podemos tirar os alunos da escola sem a autorização dos pais ou responsáveis, mesmo que para levá-los do outro lado da rua. Ou será que podemos agora, com a nova proposta curricular?

Enfim, resumindo: esqueça essa besteira. Se quiser fazer uma atividade prática e não tiver recursos na sua escola, e se quiser tirar seus alunos da sala de aula, leve-os para o pátio com algumas bolinhas de gude, façam dois riscos no chão, distanciados de uns dois ou três metros, e peça para que joguem as bolinhas com diferentes velocidades e calculem então essa velocidade a partir da distância entre as marcas no chão e do tempo medido. Fica mais interessante se você dividir a classe em grupos de dois alunos (um joga a bolinha e o outro mede o tempo).

Como relatório, peça a descrição da atividade e um resumo do que observaram e aprenderam.

A última sugestão do Caderno do Professor para essa aula (na verdade para "mais uma aula", como se até aqui já não fosse necessário duas aulas) é que se faça um gráfico de distância X tempo a fim de se obter a função matemática que descreve o gráfico (e o movimento). Bobagem, a atividade, da forma como proposta, não resume dados suficientes. Caso você seja meio mágico e consiga tempo para tal, experimente refazer a atividade usando várias marcas no chão, tabele os tempos e as distâncias, leve os alunos para a Sala de Informática e faça um gráfico no Excel. Viajei? Vai ver ando lendo muito esse Caderno do Professor. :)

Cuidado com a "Situação de aprendizagem 2" da primeira série

Se você não for professor não perca seu tempo lendo essa postagem.

O assunto diz respeito à Situação de aprendizagem 2 - Identificando as variáveis relevantes de um movimento, referente ao Caderno do Professor da primeira série.

A proposta inicial baseada em analisar as placas desenhadas pelos alunos é boa e recomendo que se peça aos alunos que esbocem rapidamente essas placas na lousa (somente placas diferentes) até que se tenha uma quantidade suficiente para que os três casos de interesse (velocidade, deslocamento e tempo) apareçam pelo menos uma vez.

O problema que justifica o "cuidado" que aparece no título dessa postagem diz respeito à informação passada sobre a lombada eletrônica. Ao contrário do que diz o texto do Caderno do Professor elas não são ativadas pela pressão dos pneus e sim por laços indutivos (como nos detectores de metal). Esse assunto já foi tratado no jornal do aluno dos seguntos e terceiros anos no período de recuperação e há um arquivo sobre lombadas eletrônicas disponível na Biblioteca Online do meu site que explica em detalhes o seu funcionamento.

Ou problema diz respeito à forma como se sugere que sejam tratadas as velocidades média e instantânea. Uma coisa é definir matematicamente o que sejam e depois passar a resolver probleminhas sem graça, outra bem diferente é propor probleminhas sem graça e depois (de muito trabalho) definir matematicamente as grandezas. Não sei qual é o pior.

Na dúvida prefiro partir do pressuposto de que todos os alunos já têm uma idéia do conceito de velocidade e compreendem bem o que significa ter uma velocidade de 60 km/h, por exemplo, para, partindo daí, simplesmente formalizar a maneira (fórmula!) como se calcula isso quando o tempo referido não corresponde a unidade (como, por exemplo, quando o carro anda 120 km em duas horas). Daí para a velocidade instantânea, talvez melhor do que falar para alunos do primeiro ano sobre efeito doppler e ondas eletromagnéticas, seja melhor simplesmente lembrá-los de que seus automóveis já indicam essa velocidade nos seus velocímetros e que ela corresponde a uam velocidade "média" calculada em um tempo muito pequeno.

domingo, 6 de abril de 2008

Superinteressante!!!


A Editora Abril liberou o acesso online gratuito a todo o conteúdo da sua revista Superinteressante de 1987 até 2006. São 20 anos de revistas, 234 edições e mais de 12 mil páginas.

Embora essa revista dê seus escorregões de vez em quando, pode-se dizer que seu conteúdo seja "bom". Além disso, é uma das poucas publicações destinadas à divulgação científica para o público leigo e para alunos de ensino fundamental e médio.

Visite o site da editora e confira!

Material didático de apoio

Se ainda não se deu conta, repare bem que a proposta curricular de Física e grande parte das atividades sugeridas estão muito proximamente ligadas ao material didático produzido pelo GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física).

O GREF, por sua vez, fornece uma edição digitalizada de todo esse material, denominado "Leituras em Física", e a disponibiliza em seu site.

Esse material do GREF também está disponível no formato aula-a-aula no site da CENP e na Biblioteca Online do meu site. Por isso, se você, aluno ou professor, não o baixou ainda, baixe-o agora mesmo e começe a usá-lo.

Dez sugestões para driblar a falta de recursos

Nessa primeira semana de aulas da nova proposta curricular muitos professores já se deram conta de que o caderno do professor traz sugestões de atividades "impraticáveis"; não porque não sejam didacamente boas, mas sim porque muitas escolas não têm recursos para tornar essas atividades factíveis.

Alguns professores já começaram a encontrar seus rumos próprios ou, em outras palavras, estão tentando driblar a miséria com alguma criatividade. Aqui vão algumas sugestões, e se você tiver outras, fique à vontade para mandá-las para esse blog (eu prometo publicá-las):

1 - Use a lousa e sua voz como material didático rotineiro, porém de forma inteligente. Ok, você já faz isso, mas estou falando em "explicar a matéria sem tê-la copiado na lousa" e em usar a lousa apenas para "propor questões gerais e fazer esboços de roteiros" e anotar os pontos relevantes que quer destacar. Se tiver que propor duas ou três questões para os alunos, faça um ditado.

2 - Reproduza textos que possam ser reutilizados em várias classes. Mesmo sem ter recursos para reproduzir textos que possam ser distribuídos para todos os seus alunos, é possível reproduzir 40 cópias apenas, distribuí-las durante a aula e recolhê-las depois para usar com outras salas. Eu sei que isso é de uma pobreza indigna de ser associada com o estado mais rico da federação, mas ainda assim é melhor do que não ter texto nenhum para dar na mão do aluno. Solicite o recurso à gestão da escola (isso é problema da gestão) e coloque essa questão para os pais nas reuniões de pais.

3 - Use a Sala de Informática. "Quebre" aqueles malditos cadeados e faça a gestão perceber (quando for o caso) que será preciso usar recursos multimídia e a Sala de Informática. Muitos bons textos, vídeos e programas podem ser encontrados na Internet, mesmo que seus alunos tenham que formar grupos de quatro, às vezes cinco alunos, na frente de um único computador; ainda assim isso é melhor do que nada.

4 - Produza seus próprios materiais. Escaneie fotos e tabelas, use um processador de textos e produza você mesmo os textos e roteiros que utilizará com os alunos. Se sua escola não tem um scaner, peça à gestão para que providencie um. Isso é problema da gestão e se a gestão não conseguir recursos para comprar um (que custa em torno de R$ 150,00, ou R$ 300,00 na forma de impressora multifuncional), lembre-a de que a proposta curricular depende também das ações da gestão e não apenas da boa vontade dos professores. Obter esses recursos é problema da gestão e não do professor ("Ema ema ema, cada um com seu problema!").

5 - Use o datashow sempre que possível. O que, sua escola ainda não tem um datashow? Ótimo, vá de novo encher o saco da gestão e lembre-a de que isso é problema dela. O seu problema é não deixar esse recurso apodrecer, como apodreceram os computadores de muitas Salas de Informática por falta de uso, quer porque o professor sempre teve preguiça de aprender a usá-los, quer porque a gestão é burra e prefere manter as Salas de Informática fechadas "para não quebrar os computadores".

6 - Faça um blog, como esse aqui, ou muito melhor que esse, e disponibilize nele parte do material de consulta do aluno. Depois me mande o link do seu blog e vamos linkar todos esses blogs. Os alunos usam a Internet rotineiramente e as Salas de Informática das escolas devem estar abertas e conectadas para permitir que isso possa ser feito. Se não estão, peça à gestão que abra. Se a gestão não abrir, mande um e-mail diretamente para a Secretaria da Educação e solicite a abertura da Sala de Informática da sua escola. ("Ema ema ema, cada um com seu problema!").

7 - Transforme sua aula em um espaço de trabalho do aluno. Chega de deixar o Joãozinho apenas copiar textos e depois mostrar o caderninho para a mãe dizendo que aprendeu algo. Coloque os garotos para pensar, divida-os em grupos, dê-lhes tarefas para fazer durante a aula e passe lições para casa. Se queremos que eles aprendam então temos que ensiná-los que não se aprende apenas dormindo na sala de aula ou trocando fofocas sobre quem está ficando com quem.

8 - Faça você mesmo pesquisas na Internet sobre os assuntos que está ensinando e sugira aos alunos que façam essas mesmas pesquisas na Internet (mas faça você antes deles, senão você corre o risco de continuar tendo o eterno copy-past daqueles trabalhinhos chulés que eles entregam). Peça resumos dessas pesquisas no caderno. Proponha questões como desafio "para casa" e indique como poderão encontrar essas soluções pesquisando na Internet.

9 - Se você precisa de materiais de laboratório e sua escola não têm, peça aos alunos que providenciem o que puderem e novamente vá encher o saco da gestão da escola. Monte, aos poucos, seu próprio laboratório, seus kits de atividades e um portifólio de "aulas prontas" sobre cada assunto. Você não conseguirá isso tudo de um dia para outro, mas conseguirá ao longo do tempo. Troque informações com os colegas, compartilhe idéias e sugestões e...

10 - Finalmente, pare de reclamar da sua escola e de seus alunos e começe a reclamar diretamente com Secretaria de Educação. Entupa a caixa postal deles com solicitações de material e recursos, faça as perguntas para as quais não lhe dão respostas na escola, dê sugestões, aponte os problemas e coloque esse pessoal para trabalhar na função deles, que não é apenas a de nos solicitar que façamos o nosso trabalho, mas também a de criar condições para que o façamos bem.